quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pisano RPF Petit Verdot 2007 e 2008 #cbe

uva petit verdot
Por uma coincidências dessas da vida, o tema do mês da CBE (Confraria Brasileira de Enoblogs) é um vinho tinto uruguaio de até R$ 100. E já que estou falando de Uruguai devido a minha recente viagem, ficou um tema muito prazeroso de fazer. 
Experimentei mais de 40 rótulos em minha viagem, mas não foi lá que escolhi este vinho... eu já o tinha na minha adega há algum tempo... só pensei que seria mais uma coincidência experimentá-lo na Pisano... mas não foi! Afinal em casa eu tinha o 2007 e em Progresso bebi o 2008! 
foto: www.vinhoparatodos.com
Assim surgiu a oportunidade de fazer uma espécie de post especial para a CBE, com duas safras do mesmo vinho. Então vamos aos vinhos! Primeiro fato importante é que o vinho tem consistência, as duas safras mostraram boa qualidade e uma paleta olfativa vasta. 
O 2007 está no auge, cor rubi intensa, aromas de frutos negros maduros evoluindo para uma geleia de amora, mas antes passando por especiarias, pimenta do reino, carne e balsâmico. Na boca está redondo! Carga tânica elevada, mas fina e prazerosa, acidez em alta, bom corpo, retrogosto confirmando a geleia de frutas negras. Boa persistência! 
O 2008 foi provado com mais outros 10 rótulos da vinícola, mas essa visita merece um post especial. De qualquer forma dentro do painel ele foi um dos vinhos que se destacou. Mais violáceo em sua cor, e com aromas mais frescos como herbáceos e frutos vermelhos. Na boca tem ainda mais corpo, mas equilibrado já que possuí mais carga tânica e madura, envolvente! Conjunto bem integrado, de elevada acidez e retrogosto perene. 
O primeiro pede uma parrilla de carré de cordeiro, bem temperada com ervas e pimenta. O  segundo pede algo mais animal, mais suculento, acho que com um Bife de Ancho vai ficar bacana. 
Forte Abraço!

Especial Uruguai: Montevidéu, Árvores & Céu


Logo que chegamos a Montevidéu algo me prendeu a atenção na capital uruguaia, foi a quantidade de árvores espalhada por todos os bairros e locais que vistei, talvez a exceção fique na região portuária. Algumas são imensas! Capazes de cobrir da visão prédios de 04 até 06 andares. 
Realmente Montevidéu é uma cidade muito agradável mistura essa parte verde com uma orla a beira da bacia do Prata. São mais de 20 km de calçadas largas e confortáveis para que os cidadães uruguaios possam fazer uma prazerosa caminhada. Após as calçadas, em muitos pontos, ainda há uma faixa de uns 20 metros até as águas, onde encontramos as típicas palmeiras, gramado e vemos muitos pescando. 


Outro ponto que me chamou a atenção, ainda falando do urbanismo da cidade, foi o recuo das casas em relação a ruas, tive a sensação em alguns bairros de mais de 10 metros de recuo. Com as grandes árvores, não posso dizer que vi muitas casas... 
Mas fiquei com aquela sensação de só ter céu em Montevidéu, no Urugauai como um todo, ao longo de todas as planícies que corremos e na capital, tem um céu para cada um!
A parte de gastronomia foi pouco explorada por nós, concentramos os "esforços" na famosa carne uruguaia e as sensacionais parrillas. Visitamos dois bons restaurantes: El Fogón e La Fonda del Puertitos. O atendimento é bom mas a carne é melhor! Vale a pena conhecê-los! Apenas para complementar foi no primeiro (El Fogón) que tivemos a experiência gastronômica da viagem, tema para outro post... 
Forte Abraço!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Pedro & Inês 2004 - Vinho, História & Amor


Uma das mais lindas e trágicas histórias de amor de Portugal, e porque não do mundo, está imortalizada numa garrafa de vinho. A Dão Sul, através da Quinta do Cabriz, teve a ousadia de fazer esse vinho que mistura amor, paixão, magia e poesia ao vinho. 
Nesta tarde pude abrir este rótulo e desfrutar de seus nuances. Mas antes de falarmos do vinho em si, fica aqui o link para um breve relato da história de D Pedro I e Inês de Castro, feito a perfeição pelo amigo João Filipe Clemente do Falando de Vinhos, é só clicar
Esse vinho produzido na região do Dão, me parece, foi idealizado a partir da personalidade dos protagonistas dessa história, é um corte de Baga e Alfrocheiro. Esta última representaria a beleza de Inês, o seu lado irresistível e sedutor. Já a Baga, através de sua força e rusticidade, representaria D Pedro, em seu momento de frustração e fúria, no qual jurou vingança aos assassinos de Inês. 
O assemblage forma o casal, o amor, o algo a mais... e seguindo esse raciocínio, acredito, o enólogo fez 50% para cada uva. E realmente me pareceu que este vinho tem algo a mais... 
Ainda de um rubi vivo e sem reflexos, apresentou aromas de frutas passas, com destaque para tâmaras, nuances de evolução claros, como carne, terra molhada e chocolate amargo. Na boca a confirmação das frutas passas, alta acidez, médio corpo e taninos finíssimos. Um conjunto muito bem integrado, definitivamente vivendo o seu auge! 
Tentei harmonizar com dois risotos, um de linguiça com Barolo e outro de parmesão. Nenhum dois dois decepcionou, nem foi a perfeição, mas o vinho com o risoto de linguiça com Barolo teve ótimos momentos, com a fruta ganhando mais evidência. 
Forte Abraço!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sabe o que é mais RIDÍCULO na Salvaguarda???

www.coisasridiculas2.blogspot.com
A Salvaguarda tem trazido muita repercussão negativa ao vinho brasileiro e sua imagem. Alguns donos de restaurante estão excluindo rótulos de suas cartas. Nas redes sociais a revolta é crescente e a imprensa especializada tem se manifestado contrária a medida. 
Eu, como todos que citei aqui, sou contra a limitação da escolha do consumidor. Só que não vou ficar aqui expondo minhas óbvias razões, afinal o mercado como um todo já está dando essa resposta. 
Só fico aqui pensando, com a seriedade que espero que o governo e a SECEX tenham, se não for pedir muito... Por que devemos ter uma Salvaguarda numa indústria que tem números tão modestos em termos de economia nacional? Correndo ainda o risco de retaliação sobre produtos que tem importância muito maior para a economia brasileira? 
Agora supondo que encontrasse argumentos suficientemente sustentáveis para aprovação da Salvaguarda para o vinho, então eu me faria a pergunta mais RIDÍCULA: Como a Salvaguarda vai beneficiar o produtor brasileiro se os vinhos produzidos nos países pertencentes ao Mercosul não serão afetados? 
Talvez o amigo(a) não saiba, mas os acordos comercias realizados pelo Mercosul não podem ser desrespeitados! Ou seja vinhos uruguaios, argentinos e chilenos continuarão gozando dos privilégios que já possuem! 
Assim, posso concluir, com boa probabilidade de estar correto, que a Salvaguarda vai privilegiar de fato os vinhos de origem Mercosul, incluindo os brasileiros, mas que estes dificilmente terão um substancial crescimento de mercado, já que quando falamos da relação preço x qualidade, também conhecido como custo-benefício, os importados são mais seguros e confiáveis, quero dizer, melhores. E antes que me digam que estou louco e irracional, o absurdo crescimento dos vinhos chilenos em nosso mercado é a comprovação destes argumentos... 
E ao fim de toda essa divagação chego a RIDÍCULA conclusão que a Salvaguarda não serve para o vinho brasileiro... e que os chilenos e argentinos devem estar esperando ansiosamente pela aprovação! Afinal o Brasil é um dos poucos países no mundo onde o consumo per capta cresce...
Forte Abraço!

Semana Santa, Bacalhau & Vinho


Não é que já chegamos a Semana Santa de 2012... o tempo tem voado! E Semana Santa é sinônimo de Bacalhau, a preferência de todos nós na Sexta Santa, que de sacrifício, convenhamos, não tem nada! 
Nesses dias todos nós corremos atrás de um vinho especial para esta aguardada refeição. Afinal a família estará reunida, é momento de alegria! E festa tem que ter bom vinho! 
Já o Bacalhau é tão saboroso e ao mesmo tempo tão versátil! Pode ser preparado de inúmeras formas que nos propõe um desafio de harmonização, acho que o Daniel Perches gostou dessa palavra (desafio), o homem está preparando um programa, dá uma olhada clicando aqui!
Voltando ao assunto que interessa, vinhos para acompanhar o Bacalhau. Bom, temos uma regra de harmonização, devemos escolher vinhos/bebidas de mesma origem dos pratos, Bacalhau é português - na verdade foram os portugueses que introduziram o bacalhau na alimentação, mas, atualmente, estes peixes são pescados mais ao norte do Oceano Atlântico especialmente por barcos noruegueses - vinho Português! 
Com postas e lombos assados lentamente, acompanhados de batata, cebola, alho, brócolis, etc, eu sigo esta regra a risca e sempre opto por vinhos tintos do Alentejo ou do Douro. De preferência com passagem por madeira, mas nada exagerado, 12 meses no máximo e se possível de segundo uso. Esse ano vou de Bafarela Reserva 2007 - Douro. 
Agora se o seu bacalhau for feito em lascas ou desfiado e ainda levar molho branco ou natas, sugiro um vinho branco. Prefira um vinho com boa untuosidade para acompanhar bem o molho que deve sobressair no prato. 
Há sempre boas opções portuguesas de brancos, mas temos uma certa dificuldade de encontrarmos em redes de supermercados e pequenos empórios... Sendo assim um bom Chardonnay sul-americano "quebra o galho" com facilidade... tem que passar por madeira, pelo menos uns seis meses. Eu prefiro com um pouco mais de tempo de garrafa, ou seja uma safra de pelo menos 03 anos de idade, a integração entre a fruta e a madeira já deve ter ocorrido para uma boa experiência gastronômica.  
Só mais uma dica... tem um site muito bom sobre Bacalhau, com fotos do peixe, quem diria?! Você pode ver a cabeça do Bacalhau pela primeira vez, além de conhecer um pouco da história e aprender mais de 100 receitas! Trata-se do Mundo do Bacalhau.
É isso! Que todos nós tenhamos uma semana tranquila e um belo almoço na sexta-feira! 
Forte abraço!