Dirceu Vianna Junior, Master of Wine, realizou um esstudo, uma tese, para conclusão do seu curo no
Institute of Masters of Wine. Essa tese teve como tema a qualidade do vinho produzido a partir da Merlot em território tupiniquim e tudo isso além de uma entrevista com o próprio Dirceu foram tema para a matéria da Época. Você pode conhecer o conteúdo da entrevista
clicando aqui, porém só terá acesso a entrevista o conteúdo restante só para assinantes Época ou se adquirir a revista, ok?.
Bom para evitar polemizar devemos nos ater a alguns pontos, primeiro é ótimo ver oito vinhos nacionais entre os 10 melhores do painel, mas nem por isso o Merlot Terroir 2005 é o melhor Melot do Mundo, isso é exagero. Claro que é um painel extenso que comtempla mais 10 regiões produtoras de Melot e todas elas de qualidade e que os degustadores são os melhores mas existem outras hipóteses que nos devem trazer mais humildade em relação a essa afirmação.
Segundo a faixa de preço comtemplava vinhos entre 5 e 15 libras, algo em torno de R$ 15 a R$ 45 no Brasil, porém em preços de atacado. Ou seja o consumidor final inglês não pagaría esses valores pelos vinhos. Temos que tomar cuidado também em afirmar então que nossos vinhos são os de melhor custo-benefício do mundo.
Depois dessas duas questões vamos as próprias palavras do Dirceu sobre o vinho nacional, abre aspas... "Seria uma falsa generalização e um erro grosseiro dizer que os vinhos brasileiros são os melhores do mundo. O que pode-se concluir é que em safras boas e respeitando um certa faixa de preço os vinhos brasileiros têm condições de ser tão bons ou melhores que vários importados."
Quando estudamos com detalhe a lista do Top Ten notamos que todos os vinhos são da safra 2005, que foi simplesmente a melhor safra que o Brasil já produziu, comparando com Chile, por exemplo, que tem um vinho no Top Ten, sendo este da safra 2006, uma safra boa mas não excepcional como a nossa.
Outro ponto abordado por Dirceu Vianna Jr foi a consistência da produção do vinho nacional que infelizmente não existe... "Por outro lado, a maioria dos 10 últimos colocados também eram vinhos brasileiros, demonstrando que ainda existe muito trabalho para ser feito até que a região apresente uma certa consistência."
Enfim ainda há referências a evoluções que nossos produtores devem fazer, tanto técnico como na manutenção dos vinhedos além da criação da DOC Vale dos Vinhedos que está sendo discutida. Também há informações interessantes sobre a melhor adaptação da Merlot ao nosso solo. É sim uma bela entrevista e cheia de conteúdo, como deve ser! Mas nào vamos sair falando mundo afora que nós somos o país da Merlot porque, como procurei demonstrar acima, nào somos.
Conclusão que eu tiro de tudo isso? É que o vinho nacional está melhorando mas tem muitos desafios pela frente. Esse estudo e tantos prêmios demonstram que nosso produtor vem evoluindo significativamente no quesito qualidade, apesar de não termos a consistência que precisamos ainda nos vinhos tintos. Consistência que já possuímos nos espumantes e já teríamos nos brancos se houvesse algum foco neles.
Enfim a primeira grande "via" para implantação da cultura do vinho no Brasil está sendo trilhada e está colhendo seus resultados. Mas infelizmente a segunda nem é comentada e nem discutida, talvez só por nós consumidores, que é como reduzir o preço do vinho nacional?
Forte Abraço!
Cristiano, você sabe muito bem que sou fã dos vinhos brasileiros. E não é por um bairrismo exagerado, é porque visitei mais de 20 vinícolas nacionais e sei das dificuldades enfrentadas em relação ao clima e aos tributos.
ResponderExcluirMas assino embaixo em relação ao que escreveu. Algumas pessoas estão pegando carona nessa reportagem da Época e fazendo afirmações ilógicas. Aliás, lógica foi o que não faltou ao seu raciocínio.
Parabéns e forte abraço.
VPT
Cristiano, duro mesmo foi ver o blog da Ibravin anunciando a quatro ventos que temos 8 vinhos entre a lista dos melhores Merlot do mundo, sem cuidar de criterizar a coisa... http://www.vinhosdobrasil.com.br/blog.php?post=89. Pior do que isso: postei uma crítica ao bairrismo ensandecido e sem fundamento,mas se negaram a publicar... aiai. Coisas da seriedade brasileira na mídia virtual.
ResponderExcluirVPT,
ResponderExcluirObrigado pelos elogios e agradeço o apoio.
Elmo,
o q dizer?
Forte abraço!
Cristiano
Olá Cristiano!
ResponderExcluirMuito interessante a sua crítica. Concordo com muito do que você escreveu, e também com o comentário do VPT! Mas não entedi o que você quis dizer neste comentário 'apesar de não termos a consistência que precisamos ainda nos vinhos tintos', se refere às diferenças de safra?
Bruna,
ResponderExcluirolá! Em relação a consistência estou falando mais dos produtores do que das safras. No estudo feito 08 dos 10 melhores merlot's são brasileiros, mas o Dirceu Vianna Jr, autor do estudo, também nos diz que na lista dos 10 piores, o Brasil é o país dominate também... uma pena.
Lógico que variações de safra mudam o vinho mas o descuido na produção de muitos produtores ainda parece ser grande.
Forte Abraço!
Cristiano! Realmente muitos produtores podem deixar a desejar, mas o descuido não é privilégio apenas dos brasileiros, está cheio de vinhos com defeitos por aí, argentinos, chilenos, franceses, italianos... Enfim, o tratamento e as exigência que fazemos aos nossos produtores (brasileiros) é o mesmo que fazemos aos demais?!
ResponderExcluirBruna,
ResponderExcluirtenho certeza que muitos brasileiros acham o que é importado melhor simplesmente por ser importado.
Mas no produto vinho de fato o vinho importado é melhor. Isso não quer dizer que não possamos alcançar o nível deles.
Agora é preciso ter humildade e reconhecer que mesmo em safras ruins os chilenos, argentinos, italianos ou franceses conseguem produzir bons vinhos, vinhos de melhor nível que nós fazemos.
Estamos aqui discutindo um artigo que mostra o nosso potencial mas nào esquece das nossas fragilidades, ainda grandes. E tem muita gente "pegando carona" e não pontuando as coisas como elas de fato foram relatadas.
Tenho certeza que o Brasil encontrará sua vocação vinícola mais rápido que os europeus encontraram, mas existe um trabalho árduo a fazer ainda.
Forte Abraço!
Olá!
ResponderExcluirSou representante do Grupo EC, prestamos serviços na área de marketing digital.
Estou pré-selecionando sites e blogs com POTENCIAL como o seu!!!! (tema relacionado com vinho),
para trabalhar com a ( www.wine.com.br) , por gentileza entre em contato URGENTE!!!! Para maiores
informações, através do email ou telefone: (11) 3207-6000
Estou no aguardo.
Atenciosamente,
Renata Vida l França
Renata,
ResponderExcluirBoa Tarde!
Obrigado pelo contato! Podes me contatar no seguinte e-mail:
cristiano.orlandi@uol.com.br
Grato!
Cristiano
Mon ami, nota DEZ!!!!! Tinha pensado em escrever sobre isso, mas depois de tão brilhante texto só me resta fazer uma apresentação e remeter para cá com um link. Grande texto cara!
ResponderExcluirPessoal,
ResponderExcluirO Daniel entrevistou o Paul Hobbs e um enólogo deste calibre afirmou que não conhece os vinhos brasileiros...
Vamos apostar no potencial da Merlot mas afirmar que somos a terra da Merlot não dá...
Vejam a entrevista na íntegra:
http://www.vinhosdecorte.com.br/entrevista-com-paul-hobbs/
Forte Abraço!