Nesta semana rolou mais um Winebar, projeto superinteressante onde Daniel Perches recebe um convidado, normalmente produtor/representante de uma vinícola e nós winebloggers ao redor do Brasil degustamos os vinhos do mesmo e temos oportunidades de tirar dúvidas sobre os vinhoss e o mercado, tudo ao vivo e de forma descontraída, como deve ser.
Mais uma coisa importante do Winebar é que ele é aberto a todo o público, ou seja se você quiser acompanhar é só acessar o canal no Youtube e assistir e se porventura tiver dúvidas entre no chat on line e as encaminhe. Afinal o consumidor é o que mais importa para o produtor e tenho certeza que eles ficarão contentes em respondê-las!!!
Desta vez recebemos 03 vinhos e a convidada foi Maria Eugenia Chadwick, filha de Eduardo, e embaixadora internacional da Viña Arboleda. Farei um post para cada um dos vinhos, separadamente, por que? Porque merecem, são bons vinhos, são boas compras e são boas experiências.
Os que me acompanham há mais tempo e especialmente os amigos mais próximos, sabem que torço o nariz para muitos chardonnays, especialmente os do Novo Mundo, pelo falta de integração entre madeira e fruta. O que deixa o conjunto pesado e enjoativo ao meu paladar, que admito, foge da maioria. Pois a maioria gosta desse estilo, onde a madeira pode vir até a sobrepujar a fruta nos chardonnays. Este Arboleda é a prova que madeira e fruta podem se complementar perfeitamente e conferir muita complexidade ao vinho. Nessa parte, pra mim foi um espetáculo, e um alívio... risos.
Na taça cor amarelo palha, nariz herbáceo ao começo denotando a origem do Vale de Casablanca, mas a fruta, especialmente um abacaxi em calda tomou conta, notas suaves de tostado, manteiga, ervas, pimenta e minerais.
Essa característica herbácea inicial na verdade é mais culpa minha do que do vinho, explico! Tenho o hábito de servir estupidamente gelado... quanto mais frio o vinho menos fruta sentiremos ao nariz, não sei porque... mas é uma observação que tenho feito ao longo do tempo e das taças. E por causa dela estou cada vez mais convencido que devemos beber os brancos frios e não gelados, ali por volta de 10 - 12 graus, assim desfrutamos de todas sua complexidade.
O lance da temperatura também vale para as sensações no palato, garanto! Mas voltando a degustação, o vinho enche a boca, estruturado, porém de conjunto equilibrado, com acidez vibrante e delicada untuosidade, notas picantes e minerais se confirmaram no retro-olfato. É perene, ficamos com ele no paladar por muito tempo.
Belo vinho! Aqui em casa acompanhamos de uma torta de palmito, mas faltou condimentação a comida para suportar o vinho... ele atropelou!!! Na próxima vou adotar a sugestão do produtor, comida asiática! Afinal o vinho já ganhou prêmios nesse sentido! Quem sabe com um frango picante no molho de laranja e mel eu não me dê melhor?
Forte Abraço!