Assim como muitos outros blogs recebí uma garrafa do Salton Prosecco 2013 para provar em mais um Winebar que rolou durante o mês de dezembro.
Me surpreendi com a qualidade do produto! Fazia algum tempo que não bebia um Prosecco, a verdade é que eu não posso nem falar isso, uma vez que a marca Prosecco mesmo só poderia ser utilizada na Itália, mas já que a Salton utiliza eu vou tomar a liberdade de fazer o comentário dessa forma.
Fresco, suave, elegante! Com Perlage intenso e duradouro este espumante me agradou muito e se tornou uma boa opção para os dias de calor, pelo menos aqui em casa, já que sai pela bagatela de R$ 30.
Nesse mês de dezembro rolou mais um Winebar, dessa vez com a ótima idéia de harmonizar Vinho e Música. Cada blogger recebeu duas garrafas de vinho para harmonizar cada um deles com uma música, dentro de um playlist de 115 canções devidamente pré-selecionado. E os resultados vão aparecer pelos blogs do Brasil, é só acompanhar e curtir.
O meu primeiro vinho foi na verdade um espumante, o Navarro Correas Extra Brut, um corte de Chardonnay (60%) e Pinot Noir (40%) com segunda fermentação em tanque (método Charmat), ao contrário do que eu esperava não era um espumante leve e fresco.
Mas sim um espumante com seus nuances saindo de uma fruta tropical mais madura e passando por suaves notas tostadas. Perlage de média intensidade, na boca é agradável, tem um corpo razoável, acidez moderada para um espumante e final largo e agradável denotando as frutas.
Quando penso em espumante, penso em festa e as músicas que pensaria naturalmente seriam de festas ou balada. Mas esse espumante tem seus nuances e deve ser apreciado numa noite a dois. Ele é o aperitivo perfeito para uma noite ao lado da pessoa amada, este é um espumante para seduzir, para namorar...
Sendo assim escolhi uma música que acredito casar muito bem com o "namorar" e, portanto, com o Navarro Correas Extra Brut. A música é Light my Fire na versão do porto riquenho José Feliciano. No playlist ele canta sozinho, mas para o post escolhi uma versão dele com Daryl Hall, espero que gostem!
Reencontrar grandes amigos é sempre um deleite, mas é mais especial quando encontramos aqueles poucos que continuam conosco desde a infância, sem desmerecer os outros amigos é claro!
Quando vou a minha cidade natal, Curitiba, posso ver e rever além dos meus familiares queridos alguns poucos grandes amigos e um deles em especial é fã de boa comida e vinhos como eu, aí já viu...
Foi num sábado a noite, ele, descendente de português, escolheu o Lisboa Gastronomia, restaurante que ainda não conhecia, excelente comida e atendimento, além de rolha zero. Realmente nos proporcionou uma grande experiência.
Numa mesa portuguesa tem bacalhau com certeza. Em postas ou desfiado com natas, ambos tenros e saborosos. Para acompanhar um vinho trazido diretamente do Douro, um Brites Aguiar 2008!
Como diz o produtor só as melhores uvas, nas melhores safras podem levar o nome da família, tenha certeza que sim! Na taça aromas de frutas sobre-maduras, ervas, especiarias, chocolate amargo, cacau, tabaco, etc. Na boca grande estrutura e elegância, taninos volumosos e finíssimos, álcool domado e ponta suavemente doce, um espetáculo!
E terminamos essa noite memorável com um belo pastel de coimbra, mas o maior presente é rever os amigos!
Semana passada estive reunido em uma das confrarias que participo e o tema era Uruguai, eu e outro confrade éramos responsáveis pelos vinhos e um dos que levei foi este Abraxas, que já posso dizer, o cultuo!
O 2002 bebi várias vezes, e sempre um espetáculo de equilíbrio sem dispensar a volumosa e característica carga tânica. Mas esse 2007 está no auge, me surpreendeu!
Como sempre a Tannat dá um vinho de cor violácea, os aromas remetiam a frutas negras maduras, carne, couro, balsâmico, chocolate amargo, ervas e por aí vai... Na boca, equilíbrio e estrutura! Grande corpo, boa acidez, volume tânico imenso e maduro, os taninos já estão finos! Retrogosto marcado pelas frutas maduras.
Harmonizamos com cortes de diversas carnes, enfrentou bem a gordura da picanha e do ancho!
A responsabilidade do tema do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs foi minha nesse agosto que passou. Eu propus um tema que tivesse haver com meu pai, pois agosto é o mês dos pais. Meu pai adora um churrasco, mas, por favor, nada de Malbec desta vez, vamos nos desafiar, que tal um vinho do Velho Mundo para variar?
E na companhia dele e de amigos abrimos o Aquilae, um Nero d'Avola que meu velho trouxe de sua viagem a Bota. O Aquilae como todo bom Nero Sciciliano é um vinho de corpo médio, acidez intensa, taninos maduros e muita fruta.
Na minha opinião os Neros vão bem com muitos dos cortes de carne que desfrutamos num churrasco como a Picanha, Fraldinha, Costelinha de Porco e Linguiça Toscana. Para um churrasco comum, digamos assim, é um verdadeiro coringa!
Mais uma uva originária do Rhône por aqui, mais precisamente de Condrieu. Adoro a Viognier pelo seu sedutor aroma de damasco, aliado com flores brancas e pêras.. Quando faz vinhos mais doces me lembra pêssego em calda.
Faz vinhos encorpados, alcoólicos e suavemente doces, pois precisa estar plenamente madura para desenvolver seus aromas inebriantes. No sul da França, mais precisamente em Côte-Rôtie, faz parte de um corte inusitado!!! No Côte-Rôtie AOC é permitido mesclar a tinta Syrah com até 20% de Viognier, usualmente vemos proporções menores. A busca é por suavizar o vinho, trazer elegância com os delicados aromas florais.
Atualmente no Sul da França vem sendo cortada com Roussanne e Marsanne, produzindo brancos longevos e aromáticos, destacando-se amêndoas e pimenta branca.
Os vinhos de Vigonier mais memoráveis fora do Sul da França estão na Austrália e EUA, onde o amadurecimento é pleno, nesses locais é melhor consumir os vinhos na sua jovialidade. No Brasil encontramos alguns exemplares argentinos interessantes.
Bacalhau não é um prato, é um evento! Quando tem bacalhau parece que a casa se transforma, todo mundo pergunta se já dessalgou um dia antes, como vai ser feito, que horas que é para chegar... E quando chega o dia, o momento, os sorrisos surgem com naturalidade, a celebração é revigorante e a semana que está por vir fica mais leve...
Pois é! Para mim bacalhau é assim, nós todos servimos ele em datas especiais, e na verdade é ele que faz de qualquer almoço uma confraternização especial, seja em família, seja com os amigos!
Aqui em casa bacalhau é com vinho do alentejo! As vezes tento com outro vinho português, mas na maioria das vezes... dá Alentejo na cabeça! Prefiro os vinhos mais jovens ou colheita, com menos madeira e mais fruta, entendo que casam melhor com a estrutura deste peixe singular.
O Carlos Reynolds Colheita 2009 é pura fruta! As frutas vermelhas frescas são marcantes tanto nos aromas como no retrogosto. Corpo médio, boa acidez e taninos firmes, amarrando bem a boca. Final alcoólico prejudicou um pouco o conjunto, mas é característico dos vinhos joviais do Alentejo, enfim é esperado.
Casou muito bem com o bacalhau assim como com os acompanhamentos.
A Syrah é uma uva marcante! Originária do Norte do Vale do Rhône, esta uva ano após ano ganha mais espaço nas adegas de todos os enófilos. Tem na lembrança de Pimenta do Reino sua principal característica, seja em terroirs frios ou quentes.
É verdade! A Syrah se adapta muito bem as variações de temperaturas e mais interessante, sem perder sua característica principal, a pimenta do reino. Aliás, devido a essa pimentinha, pratos mais condimentado normalmente recebem sugestões de vinhos a base de Syrah como harmonização.
Voltando aos terroirs, é na Austrália que a Syrah conheceu seu segundo lar! Lá é conhecida por Shiraz, e naquele calor todo, faz vinho corpulentos, densos, mas ricos em sabor e de final doce e agradável! Barossa é o principal terroir para a Shiraz na Austrália.
No Brasil as melhores opções de custo-benefício vem do Chile, mas eu prefiro particularmente os Syrahs sul-africanos, são mais frescos e equilibrados devido ao terroir mais frio.
Mais um vinho do Winebar de 07/08 sobre as DO's chilenas. Um Pinot Noir da Sub-denominação Costa, mais precisamente do Valle de Casablanca, prodígio na produção de vinhos brancos e pinots de qualidade!
E com este vinho celebro 500 posts em praticamente 05 anos de blog, a todos que passam por aqui meu Muito Obrigado!
Os vinhos da Ventisquero são bem difundidos no Brasil e eu diria que são queridos por muitos enófilos que conheço. Isso ocorre devido a boa qualidade que encontramos na garrafa.
Esse Pinot não foge a regra, na taça cor rubi viva, aromas intensos de frutas vermelhas, chocolate e terra molhada. Na boca é um vinho frutado com a madeira em segundo plano, mas é um Pinot sério, de corpo médio, acidez marcante e carga tânica pequena, mas que se faz presente!
Acompanhou essa belezura de Risoto! Com tudo que a Pinot precisa para harmonizar... Funghi, Bacon e cubos de Filet Mignon!
Forte Abraço!
Esse vinho foi gentilmente cedido pela Wines of Chile e Winebar
Lembra daquele Winebar sobre as novas Sub-denominações dos vinhos Chilenos??? Foi nele que pude conhecer este inusitado espumante chileno, feito com a uva Pais, a primeira a ser cultivada no Chile e que também é conhecida no México e na Califórnia pelo nome de Mission.
Eu acho muito legal ver alguém preocupado sempre em inovar, mas quando se inova resgatando algo é incrível! Acredito que é isso que a Miguel Torres está conseguindo com este espumantes, resgatar o valor da uva Pais, mas inovando! Fazendo com ela um espumante, o que era totalmente inesperado!
O Santa Digna Estrelado Rosé é um espumante fermentado por método tradicional que está chegando ao mercado brasileiro por cerca de R$ 75, uma opção diferente!
É um espumante de caráter delicado, linda cor rosa clara, com perlage intenso e "barulhento". Os aromas remetem a morangos e framboesas frescas e nuances florais. Na boca apresenta delicadeza e frescor. Ideal para começar o jantar...
Abaixo você pode conferir o belo vídeo promocional da Miguel Torres.
Forte Abraço!
Esse vinho foi gentilmente cedido pela Wines of Chile e Winebar
Noite dessas, depois de mais um dia de trabalho, era momento para relaxar. Fui praticar meus exercícios preferidos Cozinha & Vinho!
O risoto é um prato de preparo rápido e o palmito pra mim é uma espécie de filet mignon do mundo verde... uma combinação campeã aqui em casa! Já que pensei em carne preparei dois contra-filés grelhados em corte alto para companhar.
Na taça procurei um vinho de corpo médio para leve na adega e escolhi o House of Mandela Pinotage 2012. Um vinho que demonstrou boa fruta e jovialidade.
Cor rubi viva com suave reflexo violáceo, aromas de fruta vermelhas e negras frescas, nuances de ervas e pimenta negra. Na boca corpo médio, acidez em alta, taninos suaves e retrogosto frutado. Cumpriu bem seu papel com o prato, mas achei o irmão Sauvignon Blanc dele superior.
Forte Abraço!
Esse vinho foi gentilmente cedido pela Ravin e pelo Winebar.
Eu sempre participo do Winebar, programa de degustações transmitidos pela web, com vários bloggers e amantes do vinho. Em julho tivemos o Winebar com os vinhos House of Mandela e eu não poderia participar, mas mesmo assim recebi os vinhos da Ravin, a importadora dos mesmos.
Sendo assim sexta-feira dessas comprei uns camarões, utilizei de temperos asiáticos para acentuar o sabor, como gengibre, páprica, canela, pimenta cayena, etc, gelei este Sauvignon Blanc e preparei um molho de iogurte com hortelã.
Este sul-africano é um vinho fresco, de boa acidez, cor amarelo-palha, aromas intensos de aspargo e ervas com a fruta cítrica em segundo plano. Na boca corpo médio, excelente acidez e retro-gosto confirmando o aspargo. Cresceu com o prato aparecendo mais seu lado frutado.
Bom vinho! Excelente para os dias quentes do verão que está por vir...
Forte abraço!
Esse vinho foi gentilmente cedido pela Ravin e pelo Winebar.
Quanto mais experimentamos vinhos, mais desejamos o conhecimento no mundo do vinho aprendemos que saber a origem do vinho diz muito sobre o conteúdo dentro da garrafa e nos ajuda a fazer melhores compras.
Na última quarta-feira participei virtualmente de mais um Winebar, que tratava das novas Sub-denominações de Origem dos vinhos chilenos, tema muito bacana e muito bem explanado e desenvolvido naquela noite pelo Daniel Perches e seus convidados, enólogos e representantes da Wines of Chile e sim, acredito que as novas DO's vão orientar bem o consumidor esclarecido.
Eu sei que o inverno clama por vinhos tintos, mas eu não consigo, eu curto demais os vinhos brancos para abandoná-los!!! Numa quarta-feira dessas decidi fazer truta e além do purê de pinhão, vinho branco para acompanhar!
Escolhi o jovial Fuzion Alta, corte de Torrontés (90%) e Pinot Grigio (10%), um vinho fresco de cor amarelo palha, sem reflexos e brilhante. Os aromas trouxeram flores, rosas e jasmim em especial. Alguma lembrança de frutas brancas frescas também.
Na boca o ataque é fresco e o corpo é leve, persistência surpreendente confirmando as frutas. Casou bem com o peixe que também é leve, mas o purê é mais intenso e acabou sobressaindo.
De toda forma garanto que a noite de quarta-feira ficou mais gostosa...
A Confraria Brasileira de Enoblogs teve um desafio inusitado e interessantíssimo este mês! O tema deste mês foi escolhido pela Fabiana do excelente Escrivinhos, e ela propôs que abríssemos um vinho que tivéssemos adquirido pela apresentação, pelo rótulo mesmo.
Achei para lá de interessante e me lembrei na hora da linha de vinhos da Tikal que tem aquele casal dançando, curtindo a vida e o vinho após os 60 anos. Me lembro que quando comprei esta garrafa, tinha provado um "irmão" dele naquela noite e fiquei olhando o rótulo e pensando esse é o verdadeiro, o puro espírito do vinho: Alegria!
Bom... naquela noite experimentei o Tikal Amorio 2006 e trouxe para casa o Tikal Patriota 2007! Enquanto o primeiro é um Malbec classicamente argentino, este segundo é um corte patrioticamente argentino, 60% Bonarda e 40% Malbec, as duas uvas tintas mais plantadas em terras hermanas.
Um vinho de intensa cor rubi, potentes aromas de frutas em geleia como ameixa, nuances de chocolate, caramelo e especiarias. Na boca apresenta corpo médio, moderada acidez, taninos finos, ponta alcoólica e retrogosto confirmando as frutas.
Acompanhou um domingão de churrasco! Foi com uma fraldinha!!!
Mais um sabadão desses, que passa tranquilo, na presença de um bom amigo, bom e velho amigo, já fazia algum tempo que não o via. Sempre é bom fortalecer os laços de amizade, relembrando histórias e contando e conhecendo novas...
E para estes bons e velhos amigos, receitas de família pedem passagem, por isso fiz o Filet Mignon da minha mãe com Purê de Batatas, esse filet vai ao forno com queijo mussarela e intenso molho, feito a partir de vinho tinto, suco de laranja e creme de leite... um espetáculo!
Para acompanhar, um vinho espanhol de boa intensidade e doçura na boca. Presente que ganhei de um outro bom amigo, um novo amigo. O fato é que os amigos fazem A diferença!
Voltando ao vinho, é um espanhol da região de Monsant, 50% Garnacha e 50% Samsó (Carignan), 16 meses de estágio em barricas francesas. Na taça apresentou intensa cor rubi!
Aromas de frutos negros maduros dominavam o painel, com nuances de pimentão, especiarias, alecrim, couro e chocolate. Na boca um vinho de pegada, grande volume, boa acidez, taninos rústicos e boa persistência. Casou muito bem com o molho da carne.
Ribeirão Preto é uma cidade privilegiada, quem conhece sabe! Mas nesse sábado tem Encontro de Vinhos, aí Ribeirão fica ainda mais especial, não é mesmo?!
Novamente o excelente Hotel JP, ali na Rodovia Anhanguera, receberá o evento, os ingressos sairão por R$ 60!
Esse é da adega do meu velho também... Experimentei na mesma noite do Catena, um corte que vem de Mendoza, e se é argentino tem Malbec como base, 70%. Syrah (11%), Bonarda (10%) e Merlot (9%) completam o corte.
Eu diria que é um vinho ao melhor estilo argentino. Na taça cor rubi violácea, impenetrável à luz. Os aromas de frutas em compota com destaque para ameixas e figos. desenvolve baunilha, carvalho e chocolate, estágio de 18 meses em barrica francesa.
Na boca é potente com boa estrutura, pegada alcoólica, taninos volumosos e acidez moderada, fica suavemente doce, ressaltando as frutas em compota. Tem boa persistência. Acho que pode acompanhar bem uma costelinha de porco ao molho de ameixa. No meu caso, o prato da noite era lasanha... obviamente não deu certo, mas o que vale é a festa!
Começa quinta agora!!! A IV Wine Weekend, que vai de 25 a 28 de julho, com o Selo Carbono Zero e o Projeto Rolha Verde, idéias que você pode e deve conhecer. Vai rolar na Bienal, no Parque do Ibirapuera, os ingressos sairão por R$ 50!
A Wine Weekend além da feira (expositores) tem outras atrações como palestras, filmes, Art Wine Gallery, Espaço Enocultural e até Pocket Show, confira no link!
Quando vou a Curitiba passo no Madero! Adoro o ambiente de lá e o Hamburger é fora de série! Muito bom mesmo. Outro fator importante é que o Madero tem uma carta de vinhos vasta e sempre há boas escolhas, dos mais variados preços.
Dessa vez escolhi um malbec clássico, pelo menos aqui em casa... Eu e meu pai sempre bebemos Terrazas, sempre gostamos muito dos vinhos dessa vinícola e já fazia um tempo que não abríamos uma garrafa deles, como pode?
Mas um clássico como esse sempre atende o esperado! Cor rubi intensa, nariz apresentando frutas vermelhas e negras maduras, nuances de especiaria, café e chocolate. Na boca é típico, grande volume, acidez moderada, ponta alcoólica com taninos rústicos. Retrogosto confirmando as frutas, boa persistência.
E olha... acompanha bem essa belezura aí de baixo...
A Chardonnay é sem dúvida a uva branca mais disseminada no mundo. Originária da Borgonha, é de cultivo fácil diferentemente da "irmã" Pinot Noir. Seu único detalhe é o florescimento precoce que a deixa frágil as últimas geadas, aquelas que acontecem no início da primavera em alguns poucos e frios lugares do mundo.
Esta uva é de sabor dócil, que aceita facilmente diferentes estilos, aceita muito bem o estágio em carvalho, a verdade é que a Chardonnay pode assumir a personalidade que o Enólogo desejar. É possível experimentar Chards frescos e joviais, marcados pelas frutas tropicais ou pela mineralidade, Chards não amadeirados, ou sérios e longevos com notas amanteigadas e, por fim, até mesmo chards doces.
Não podemos esquecer que assim como a Pinot Noir, a Chardonnay faz parte do corte clássico dos espumantes.
Sempre fui um curioso em relação a Chenin Blanc, variedade originária do Loire mas que se adaptou muito bem ao terroir sul-africano. E normalmente é da África do Sul que consigo provar alguns poucos varietais desta cepa.
Dia desses, visitando os familiares em Itatiba, fizemos um risoto de alho poró com camarões e decidi abrir este vinho. O rótulo traz uma apresentação moderna e bonita, me deixou curioso.
Na taça cor amarelo palha com reflexo esverdeado. Os aromas eram discretos, remetiam a frutas cítricas, como lima, limão e carambola, algum nuance de alecrim e manjericão completavam o painel. Na boca um vinho fresco, de boa acidez que secava bem a boca. Corpo leve e retrogosto confirmando as frutas cítricas.
Não suportou a comida, era previsível, mas como eu sempre tento algo diferente, valeu a pena! Irá melhor com saladas, faz tempo que não faço uma de rúcula com laranja, acho que com essa ele iria fechar bem!
O Dia da Pizza é celebrado no Brasil desde 1935!!! Tem quase 80 anos... E a pizza é a redonda mais querida de muitos de nós, vai bem até no café da manhã, não é verdade? (minha mulher não concorda muito com esse comentário... risos).
Apesar de Nápoles ser o berço da Pizza moderna, a origem dela é controversa! É fato que egípcios, fenícios, hebreus e babilônios, já misturavam trigo, amido e água em formatos de disco para assarem em tijolos e/ou fornos rústico, isso 5000 anos antes de Cristo.
Essas curiosidades históricas são uma delícia, mas o tema deste blog é vinho, então qual vinho vai com uma boa pizza??? Em "mineirês"claro: depende!!! Os recheios mandam, por exemplo, eu prefiro a tradicional marguerita ou a zuchinni (abobrinha) com vinhos brancos, especialmente os italianos como o Gavi, mas infelizmente esse é bem difícil de encontrar ainda mais em pizzarias.
Mas para não fugir da pergunta, eu gosto de vinhos de corpo médio e boa acidez para acompanhar. Minhas escolhas normalmente recaem sobre os Chiantis. Se eu tivesse que cravar um vinho, independente do recheio, seria o Chianti. Exceto é lógico para pizza de aliche, essa tem que ser com chopp, concordam???
Bom... fato é que a única regra para harmonização de pizza com vinho é que o recheio manda! Eu vou dar mais uma sugestão aqui, costumo sempre pedir pizza de calabresa ou linguiças artesanais, para essas sempre peço vinhos de corpo médio, acidez presente e boa fruta e intensidade na boca como o Paiara 2010!
Esse vinho é um verdadeiro clássico! Catena Zapata é sinônimo de qualidade, competência, dedicação... mas admito que na minha adega nunca tem... pode isso, Arnaldo?
Pois é... eu que sou o típico curioso no mundo do vinho, sempre estou comprando e experimentando coisas novas e com esse comportamento não tem muito espaço na minha adega para muitos "porto seguros". Mas na adega do meu pai... sempre tem!!! Então quando eu quero um, eu ataco a adega dele!!! risos
Esse Catena é da safra 2005, 91 pontos para o Parker, etc e tal. Mas o mais importante é que estava maduro, no auge! Na taça aquela cor rubi intensa ainda, típica da Malbec, os aromas remetiam a frutas negras já passas, ervas, terra molhada, couro, chocolate amargo, bem complexo e intenso.
Na boca apresentou boa estrutura, acidez moderada, taninos finos e nenhuma aresta alcoólica. Retrogosto frutado e perene. Bela evolução!
Ela produz vinhos intrigantes, inebriantes e muitíssimos desejados por todos nós enófilos apaixonados. A Pinot Noir é a uva da sutileza, dos detalhes, da paixão...
Variedade tinta de casca fina, amadurece cedo, portanto extremamente sensível as condições do terroir. Prefere os mais frios, é de difícil cultivo e manejo. Tenho certeza que alguns produtores olham para as videiras desta uva e pensam como ela é manhosa, chata... mas quando está feliz, os vinhos são excepcionais.
A Pinot Noir é nativa da Borgonha, herda todo o charme da região e alcança seu esplendor em Côte d'Or, raramente é cortada com outras uvas, na verdade fazer isso é crime inafiançável... Porém é importante lembrar que esta uva faz parte do corte clássico para espumantes juntamente com a Chardonnay e a Pinot Meunier.
Fora da terra mãe há na verdade uma corrida pela Pinot Noir, o mundo inteiro quer fazer vinhos do nível da Borgonha, com aqueles nuances sutis e maravilhosos. A Nova Zelândia em Martiborough é quem mais se aproxima.
Mas é preciso ser justo, há bons Pinots norte-americanos, chilenos, argentinos (Patagônia) e australianos. E com preços bem mais atrativos.
O Tema do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs foi para lá de especial!!! Os amigos Claudio e Rafaela do Le Vin au Blog pediram aos confrades que literalmente desapegassem de suas adegas, mais precisamente de suas garrafas especiais, há anos guardadas... Chegou o momento de abrir algum de nossos tesouros!!!
Eu, por ser descendente, tenho uma paixão toda especial pelos vinhos italianos, guardo alguns por anos a fio, principalmente os Barolos e Brunellos, como o Barolo ainda não está pronto decidi abrir um Brunello que já estava completando 10 anos de idade! E para acompanhar...
Eu sou um daqueles caras doentes por Ossobuco, conheço mais uns dois como eu... E para nós não tem discussão! Carne é Ossobuco! Não tem conversa...
Traduzindo Ossobuco para português quer dizer osso oco, vem do chambão do boi, é a canela... Muito tradicional no norte da Itália especialmente em Milão tem como acompanhamento clássico o Risoto alla Milanese.
Mas eu prefiro com polenta! E minha esposa também... aí já viu, né?! A polenta também é muito tradicional no Norte da Itália porém no Vêneto e Friulli, aliás a polenta, na época dos Romanos era feita com aveia!!! Só quando os espanhóis trouxeram o milho da recém descoberta América ela passou a ser feita com milho!
Aqui em casa já acompanhei Ossobuco com vários vinhos, inclusive Barolo ali do Piemonte, Milão... afinal vinho e comida da mesma região combinam demais. Porém, eu admito! Prefiro Ossobuco com Brunello, para mim a acidez e a harmonia do Brunello encontram par perfeito no Ossobuco, é emocionante!
O Il Paradiso de Frassina 2003 é um Brunello sensacional, elegante, complexo e com aquele nuance rústico dos vinhos da Toscana. Eu já comentei detalhadamente em 2010, relembre! Posso dizer que este só evoluiu a fruta está mais madura, a acidez permanece em alta e o retrogosto é interminável...
O amigo ou amiga que ficou com vontade por causa da foto e quer uma receita, tem uma boa aqui!
Mais uma oportunidade gerada pela Grande Degustação de Vinhos Portugueses no Brasil 2013, dessa vez entrevistei Alison Luiz Gomes, produtora do Alentejo, responsável pela Azamor. Apesar de nosso contato ter sido virtual, achei contagiante a energia da Alison, confiram!
VV – Alison, conte-nos um pouco da história da Azamor? De onde vem à paixão pelo vinho?
Os vinhos Azamor são produzidos na Herdade do Rego no Alentejo, em Portugal, perto da cidade de Vila Viçosa, entre Borba e Elvas, numa das zonas mais altas da região, o que tem sido uma mais-valia enorme para a qualidade dos nossos vinhos.
A Herdade foi comprada em 1998 por mim e pelo meu marido Joaquim Luiz Gomes.
Aquisição lógica já que a herdade pertencia à família Luiz Gomes desde há muitos anos. A paixão pelo vinho existe desde sempre na nossa família e apaixonámo-nos imediatamente pelo sítio: a herdade tem muito por onde explorar com um olival grande e a possibilidade de ter cavalos, outra grande paixão nossa! Este sítio, perto da natureza, é ideal para relaxar e oferece paisagens diversas ao longo das estações e vistas soberbas.
A adega, concluída em Julho de 2007, é moderna e tem 4 salas de provas e uma capela familiar.
É de resto um sítio onde a nossa família, tenho 3 filhos, gosta de se reunir ao fim-de-semana ou durante as férias. Vivemos em Lisboa e vou à herdade todas as semanas um ou dois dias nos períodos de menos atividade e vivo lá a tempo inteiro nas outras alturas!
VV – Vi que também trabalham com cepas internacionais, francesas, porque elas se adaptam tão bem ao terroir do Alentejo?
O estudo do solo no início da atividade permitiu-nos identificar estas castas como as que melhor se adaptam ao nosso terroir. De momento temos castas Portuguesas como a Touriga Nacional, a Touriga Franca, Trincadeira e Alicante Bouschet e internacionais, Syrah, Merlot e Petit Verdot. Não procuramos rendimentos altíssimos na vinha para manter uma qualidade constante e notável.
Situadas a 350m de altitude, as vinhas foram plantadas em 2001 e 2002 por nós. A orientação da vinha é norte-sul e a densidade de plantação contribuí para uma superfície foliar exposta por ha que é 3 vezes superior à média nacional.
Os nossos solos são de argila bem drenados com uma rocha entre 1 a 2m de profundidade em função dos sítios o que confere qualidade aos nossos produtos.
Na região, os verões são muito quentes (+40ºC) e os invernos rigorosos (abaixo 0ºC). A precipitação média anual é de 450mm. Graças a uma aragem fresca de noite no verão, a temperatura baixa até aos 20-25ºC, o que é perfeito para a vinha e as castas que aí plantamos!
Temos um sistema de rega deficitária controlada que faz das nossas uvas um fruto pequeno e concentrado, contando com 30% de trans-evaporação. Na vindima, as nossas uvas são mais pequenas que a média, o que torna os aromas mais intensos, os taninos maduros e suaves: é esse o terroir dos vinhos Azamor.
É esta autenticidade e tipicidade aliadas ao savoir-faire moderno que fazem dos nossos vinhos o que são.
VV – Preciso admitir que sou fã da Petit Verdot, como é o Azamor Petit Verdot?
Podemos dizer que uma das características transversal a todos os Vinhos Azamor é a elegância, pelo menos é o que me esforço sempre atingir. O Alentejo é uma região muito quente e é fácil obter-se vinhos alcoólicos, com imensa intensidade em boca, verdadeiras "bombas", mas que depois é difícil repetir uma taça. Procuro sempre que os meus vinhos possam ser bebidos com ou sem comida, mesmo se em Portugal e penso no Brasil também, os vinhos sejam degustados durante as refeições.
Apesar de ser monocasta, o nosso Petit Verdot é complexo, frutado e com taninos suaves e um final de boca longo. Dizem dele que é um vinho ao estilo clássico Francês... mas bem alentejano e Português!
Para além do Petit Verdot, temos o nosso Azamor, o nosso Azamor Selected Vines e o Icon que apenas produzimos em anos excpecionais. 4 referências de vinhos tintos "apenas"!
VV – Como foi a safra 2012? E como está o ano de 2013?
A safra de 2012 foi excelente a nível de qualidade, com uma quantidade um pouco reduzida. Mais concentração, estou a gostar imenso da evolução dos vinhos e do que obtivemos dessa safra. Vai ser, sem dúvida, um grande ano para os nossos vinhos.
Para 2013, ainda é um pouco cedo para dizer. O verão demorou a chegar, o inverno foi longo e com mais chuva que o habitual. O crescimento, apesar de um pouco mais tardia esta a correr muito bem.
VV – Fale-nos também um pouco mais dos outros projetos da Herdade do Rego, como o Olival?
A herdade tem um total de 260 ha, 27 ha dos quais plantados com vinhas, 140 de olival e 30 de sobreiros e pinheiros. Os restantes são a "casa" dos nossos cavalos lusitanos! O olival é portanto uma parte importante da nossa atividade e também requer a minha presença na altura da apanha da azeitona. É um trabalho diferente mas a magia da natureza a operar também funciona com o olival, não é apenas na vinha!
As nossas castas de azeitona são: Galega de Évora, Azeiteira, Carascanha, Redondil, Arbiquina, Blanqueta, Picual. Produzem azeites distintos e de qualidade. Os solos são ricos em matéria orgânica e são arenosos. A propriedade é antiga (há 45 anos que metade da propriedade é dedicada à plantação de oliveiras) mas as azeitonas têm um aroma excelente. A apanha tem lugar entre Novembro e Janeiro, sendo que 75% é feita mecanicamente e 25% manualmente. Vendemos quase todas as nossas azeitonas porque ainda não temos lagar para produção de azeite, mas ficamos sempre com uma parte para o nosso consumo próprio e para oferecer aos nossos convidados!
VV – Mudando um pouco o foco da nossa conversa para Mercado. Quais os projetos para o Mercado Internacional? Para quantos países exportam?
A Azamor exporta 80% da sua produção total que são cerca de 80.000 garrafas por ano. Exportamos quase exclusivamente para a Europa, porque foi por aí que comecei a desenvolver o meu trabalho comercial: Reino Unido (sou Inglesa, portanto foi bastante natural para mim começar por este mercado), Alemanha, Luxemburgo, Suécia e Suíça.
A estrutura da empresa é muito pequena, sou eu que desenvolvo na totalidade o trabalho de exportação também e prefiro concentrar-me num ou dois mercados por ano, quando tenho que "abrir" novos mercados.
Este ano será o ano do Brasil para mim!
VV – Até que ponto a crise econômica que a Europa vive influencia nos projetos para o Mercado Internacional?
Claro que temos visto consequências da crise econômica no mundo inteiro e mais especificamente na Europa. Mas no meu caso, as minhas vendas e exportações têm crescido de uma forma constante, claro que também crescem mais devagar, mas continuam a crescer, é o que interessa.
Penso que as pessoas sejam mais cuidadosas ao escolher os seus vinhos e procuram uma relação preço/qualidade mais interessante para eles. Penso que os vinhos Azamor têm preços justos dentro das suas categorias. E principalmente são diferentes dos outros vinhos Alentejanos e Portugueses, pelo menos é o retorno que tenho quando estou em prova. São vinhos muito Portugueses e ao mesmo tempo muito modernos e elegantes. O Alentejo é uma das regiões das grandes empresas, o projeto Azamor é Boutique e quero mantê-lo assim! Os consumidores procuram autenticidade nos vinhos, e isso eu posso oferecer-lhes!
VV – Mais especificamente porque estar presente no Mercado Brasileiro?
O mercado Brasileiro sempre foi de grande interesse para mim, mas, como disse, ainda não tinha a oportunidade de me dedicar a ele. É um mercado importante para os vinhos Portugueses e para os vinhos do Alentejo mais especificamente e faz imenso sentido estar nesse mercado e dar a conhecer os meus vinhos aos consumidores Brasileiros. Acredito que os apreciadores Brasileiros saberão reconhecer o valor do produto que gostava de pôr no mercado. Estes mercados que são mais longínquos requerem um cuidado particular em manter relações frequentes com o importador e os clientes, isso eu sei e vou fazer!
VV – Misturando um pouco dos dois assuntos que tratamos até agora, de uma maneira geral o consumidor brasileiro é jovem no mundo do vinho, temos muito a aprender e conhecer, considerando esse nosso perfil, o que é mais atraente no Vinho Alentejano? E nos vossos vinhos?
Como disse, os nossos vinhos são modernos e feitos para serem apreciados por consumidores com muito ou pouco conhecimento. Penso que seja esse o segredo do seu sucesso em mercados tão competitivos como o Inglês e o Alemão por exemplo. A imagem também é arrojada, mas simples e elegante.
Daquilo que sei do consumidor brasileiro, apesar de ser jovem no mundo do vinho, sabe o que quer e as marcas de que gosta. Tenho a sorte, neste caso, de produzir vinhos da região do Alentejo que já têm alguma notoriedade aqui no Brasil. Espero que os vinhos e a imagem seduzam o consumidor brasileiro e as importadoras!
VV – Algumas curiosidades... sempre faço essa pergunta com o objetivo de despertar o lado enófilo do produtor, você conhece os vinhos e espumantes brasileiros? Se sim, qual ou quais? Foi uma experiência agradável?
Já ouvi muito falar nos espumantes brasileiros e sei que têm qualidade e que estão a ganhar cada vez mais reconhecimento internacional. Ainda não provei, mas esta viagem ao Brasil vai ser para mim a oportunidade de provar os espumantes da Cave Geisse, mas também os vinhos da Lídio Carraro que me foram referenciados.
VV – Por fim, sua adega particular deve ser repleta de vinhos Azamor, mas acredito que com todas as feiras e viagens que fazem, surgem muitas oportunidades de experimentar vinhos de todo o mundo. Algum vinho marcante? E na vossa adega tem alguma região fora de Portugal que detém um espaço especial?
É impossível escolher!
Estudei Marketing de Vinhos na UC Davis nos Estados Unidos e enologia na universidade Católica do Porto, portanto gosto muito dos vinhos Californianos e do Douro. Claro que os vinhos Franceses mais clássicos também fazem parte da minha lista de favoritos.
Hoje começa mais um evento da Vinhos de Portugal, a Grande Degustação de Vinhos Portugueses Brasil 2013 e em virtude desse evento tive a oportunidade de enviar algumas perguntas a Mafalda Teixeira, produtora da Quinta da Raza, que fica na região dos Vinhos Verdes e deseja adentrar o mercado brasileiro. Apesar de virtual, eu afirmo que foi um "bate papo" bacana e informativo.
VV - Mafalda, conte-nos um pouco da história da Quinta da Raza?
A Quinta da Raza situa-se em Peneireiros, Celorico de Basto, Sub-Região de Basto (DOC), em plena Região dos Vinhos Verdes.
A sua história remonta a meados do século XVII, estando desde sempre na família Teixeira Coelho.
Esta exploração mereceu o prêmio de melhor Exploração Agrícola em 1999, atribuído pela Feira Internacional da Galiza. A Vinha da Raza, foi premiada no concurso da CVRVV “A Melhor Vinha” em 2002, 2003, 2007, 2009 e 2011.
Desde 1987, José Diogo Teixeira Coelho, desenvolve a sua atividade vitivinícola, tendo sido considerado, pela CVRVV (Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes), em 2008, o “Jovem Viticultor do Ano”.
Utilizando tecnologia avançada, preserva as tradicionais técnicas de produção de vinhos verdes, i.e. colheita manual das uvas e pisa das uvas tintas em lagares de pedra centenários dando primordial importância à preservação do ambiente.
Os vinhos produzidos exclusivamente com as uvas da Quinta têm sido premiados em concursos e revistas da especialidade.
A Vinha
Na Quinta da Raza somos privilegiados pelas belas paisagens, com uma flora e fauna bastante diversas e únicas. Queremos contribuir para a riqueza do nosso ambiente natural.
Todas as nossas práticas agrícolas tentam, na medida do possível, ter uma visão holística do nosso meio ambiente. Assim sendo, orientamos a nossa viticultura e vinificação para manter e promover a diversidade de flora e fauna ao nosso redor. Somos uma empresa certificada e praticamos a produção integrada, um código de conduta da UE estabelecido pelo IPP (Política Integrada do Produto).
Um dos eventos mais emocionantes ao passear pelas nossas vinhas é contemplar um pequeno falcão raro que se chama Peneireiro (Falco naumanni) pairando sobre as vinhas e de repente voando baixo para apanhar a sua presa. Para nós, é um indicador de que há um equilíbrio saudável na natureza que nos rodeia.
É por isso que usamos o Peneireiro como o nosso logotipo.
A nossa Equipa
Valorizamos a nossa comunidade local. O Diogo nasceu e foi criado aqui e todos os nossos colaboradores pertencem à localidade. O nosso ethos garante que eles são todos membros integrantes da equipa, entendem e partilham a filosofia da Quinta da Raza que, simplesmente diz: precisamos todos de contribuir positivamente para o desenvolvimento consistente e para a atmosfera jovial da nossa empresa.
Além disso, nós praticamos uma política de uma adega de portas abertas, onde as pessoas podem vir, provar o vinho e ver o que fazemos.
VV- Com que cepas trabalham?
Trabalhamos com as uvas tradicionais e autóctones da Região dos Vinhos Verdes: Alvarinho, Arinto, Azal, Trajadura, Avesso, Padeiro e Vinhão
VV – Fale-nos também um pouco da Sub-Região de Basto, o que a diferencia das demais regiões do Vinho Verde?
Celorico de Basto, perto da Região do Douro, apresenta um microclima influenciado pelo Rio Tâmega e pela Serra do Marão que interceptam os ventos Atlânticos.
Com encostas suaves, exposição solar magnífica, altitude de 250 metros, terrenos de origem granítica, com áreas argilo-xistosas, pouco comuns na Região dos Vinhos Verdes, a Quinta da Raza apresenta um terroir único, realçando-se a cultura da vinha pela qualidade de uvas produzidas, desde o Azal, Arinto, Vinhão ao Alvarinho
VV – Como foi à safra 2012? E como está o ano de 2013 em Basto?
A safra de 2012 não foi abundante em quantidade mas foi de excelente qualidade, vinhos frescos com acidez equilibrada.
O ano de 2013 apresenta uma boa nascença mas ainda é cedo para falar sobre a qualidade e quantidade das uvas.
VV – Mudando um pouco o foco da nossa conversa para Mercado. Quais os projetos da Quinta da Raza para o Mercado Internacional? Para quantos países exportam?
Atualmente, exportamos para 12 Países. Os principais mercados internacionais da Quinta da Raza são: Alemanha, Reino Unido, Holanda e EUA. Pretendemos expandir a empresa e incluir o mercado do Brasil.
VV – Até que ponto a crise econômica que a Europa vive influencia nos projetos para o Mercado Internacional?
A crise econômica Europeia tem impulsionado as exportações da nossa empresa para países extra-comunitários.
VV – Mais especificamente por que estar presente no Mercado Brasileiro?
O mercado brasileiro é um mercado bastante promissor para o consumo de vinho verde. As proximidades culturais, o clima excelente e a gastronomia brasileira proporcionam uma grande oportunidade para o aumento do consumo do vinho verde.
VV– Misturando um pouco dos dois assuntos que tratamos até agora, de uma maneira geral o consumidor brasileiro é jovem no mundo do vinho, temos muito a aprender e conhecer, considerando esse nosso perfil o que é mais atraente no Vinho Verde? E nos vossos vinhos?
O vinho verde é um vinho leve, fresco, com pouco teor alcoólico, perfeito para quem não está habituado a beber vinho. O nosso vinho é um vinho fácil de beber e descomplicado, sendo ideal para iniciar o hábito de beber vinho.
VV – Algumas curiosidades, procurando despertar seu lado enófilo, você conhece os vinhos e espumantes brasileiros? Se sim, qual? Foi uma experiência agradável?
Infelizmente não, mas terei oportunidade de provar quando visitar o Brasil.
VV – Por fim, sua adega particular deve ser repleta de vinhos da Quinta da Raza, mas acredito que com todas as feiras e viagens que fazem, surgem muitas oportunidades de experimentar vinhos de todo o mundo. Algum vinho marcante? E nessa adega tem alguma região fora de Portugal que detém um espaço especial?
Nós apreciamos bastante os Riesling da Alemanha e os Sauvignon Blanc da Nova Zelândia.