A Viu Manent estava nos meus planos desde o início, desde quando começamos a falar em viagem ao Chile. Isso em decorrência de uma degustação vertical do Viu Uno, vinho Top da casa, que participei, pelo fato da vinícola priorizar a produção de Malbec, e ao fato de ser uma das pioneiras em Enturismo no Chile. A expectativa era grande.
Infelizmente, apesar de tudo ter começado bem, acabou sendo a decepção. Não pelaqualidade dos vinhos ou pelas atividades/passeios propostos mas pela grosseria e falta de educação de um dos guias.

A Miriam (primeira guia) começou muito bem nos apresentando o casarão de 120 anos onde é a sede da Viu Manente, nos levando a adega particular do proprietário onde presenciamos vinhos de safras da década de 90, detalhe: estavam todos empoeirados! Sentamos na mesa onde são feitas as negociações com os importadores. A Dinamarca é o principal país importador dos produtos da Viu Manent. Pudemos ver também antigas máquinas de envaze, salas de degustação, etc e tal. Meia-hora divertida e educativa.
Seguimos então para a cantina de fato. Já na companhia do segundo guia acho que o nome dele era Frey, mas não tenho certeza. Fomos de charrete até o local passando por dentro dos vinhedos, ganhando assim uma idéia geral da disposição das vinhas no terreno.
Eu já sabía que a Viu Manent investía muito em profissionais qualificados inclusive contando com a consultoría do proprietário da Viña Montes. Mas a maneira e a arrogância como o guia apresentou tudo isso foi frustrante. Em determinado momento quando um mexicano perguntou porque o Enólogo dos vinhos brancos não era chileno, é um neozalandês, a resposta foi: porque aqui queremos qualidade e não nacionalidade! Num tom pra lá de seco...
Há de se considerar sempres que muitas pessoas não tem o mesmo grau de conhecimento a respeito do mundo do vinho e que muitos não sabem da qualidade dos brancos neozalandeses, especialmente os de Sauvignon Blanc...
Alguns pontos há se considerar ainda. Primeiro a Linha Secreto da casa onde 85% do vinho é conhecido, sabemos qual varietal encontra-se lá, mas os outros 15% são segredo... boa idéia e o que deixa o vinhos mais interessantes, além de ser um excelente apelo de marketing.
Também experimentamos o Secreto Syrah, mas foi tirado do tonel de aço inoxidável, fresquinho, durante o processo de filtragem, o vinho era turvo ainda... uma boa iniciativa e o que deixa o passeio mais interessante.
Degustamos três vinhos, um Secreto e dois da linha Reserva, o ponto falho foi uma única taça para os vinhos tintos.
O Secreto Viognier 2008 apresentava cor amarelo palha com reflexos dourados e aromas de flores e frutas brancas. Na boca corpo médio, boa acidez e retro-gosto de frutas brancas mas um desequilíbrio alcóolico apareceu deixando o conjunto menos harmônico.
O Reserva Cabernet Sauvignon 2007 apresentava cor rubí com leve reflexo violáceo e muitas lágrimas, os aromas traziam frutas negras, pimenta e um herbáceo interessante. Na boca um bom corpo também com retro-gosto frutado, mas mais uma vez o desequilíbrio alcóolico estava presente (14,5 graus), junto com os taninos verdes fez um conjunto desequilibrado que implora por uma carne vermelha mal passada e suculenta. Assim escondería seus defeitos... duas taças sería a nota dele e com certeza a melhores Cabernet's disponíveis no mercado.
Já o Reseva Malbec 2007 foi bem melhor! De cor rubí violácea característica e aromas de ameixas, café e chocolate. Na boca bom corpo, boa acidez equilibrados com taninos maduros e retro-gosto de frutas bem agradável. Apresentou ainda boa persistência.
A Viu Manent não foi um desastre mas podería ser muito melhor...
Forte Abraço!