domingo, 24 de maio de 2009

Portugal, Douro, Quinta do Crasto!

Vamos começar a falar de Portugal no mundo dos vinhos. Vamos falar do Douro e de um de seus expoentes, a Quinta do Crasto!

O Quinta do Crasto Vinha Velhas 2005 foi eleito o terceiro melhor vinho do mundo pela Wine Spectator, infelizmente não tive o prazer, mas o 2006 descansa na minha adega tranquilamente, aguardando o momento certo.

Este produtor português faz quase um milhão de garrafas por ano, isso é muito relevante pois a Quinta só começou a fazer seus próprios vinhos na década de 90! Atualmente 65% da produção é exportada.

Na última terça-feira particpei de uma degustação organizada conjuntamente pela ABS-Campinas e a Excelência Vinhos, representantes da Qualimpor em Campinas e região. A degustação comtemplava seis vinhos deste magnífico produtor, o sucesso deles é tão grande em Campinas que já é a segunda degustação que ocorre por aqui só neste ano.

Um branco, quatro tintos e um porto. Mas antes de falarmos dos vinhos, vamos falar do Douro! O Douro é a região vinícola mais conhecida de Portugal. Principlamente pela fama dos emblemáticos vinhos do Porto, mas atualmente pela revolução que jovens enólogos trouxeram à região, acabando por produzir vinhos de excepcional qualidade. Vinhos produzidos a partir das mesmas uvas que eram utilizadas para produção dos vinhos do Porto.

Pelo Douro corre o rio Douro que nasce na Espanha, percorre 640 km cruzando Portugal de leste a oeste antes de encontrar o Atlântico na cidade do Porto. O clima traz invernos chuvosos e verões longos e quentes, e as noites são frescas.

A geografia é um capítulo a parte, tudo muito íngrime, muito inclinado, colinas e montanhas por todos os lado. Confira as fotos no site da Quinta do Crasto! É difícil acreditar que se produz vinho daquela forma...

O solo é rico em xisto! As colheitas são manuais, depois de var as fotos não dá para imaginar máquinas por lá. As uvas são castas de origem portuguesa como a Tinta Roriz (Tempranillo para os espanhóis), Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão.

Já mencionamos o Douro, falmos um pouquinho da vinícola, bom... vamos aos vinhos!

A noite começou com Crasto Branco 2007, cor amarelo palha, reflexo verdeal. Aromas de frutas brancas e cítricas com elegantes toques minerais e defumados. Na taça bom equilíbrio! Como ponto forte destaco a excelente acidez e o retrogosto cítrico deixando a boca bem fresca e tornando o vinho bem gastronômico. Pelo corpo leve sugiro com aperitivos, que tal um bolinho de bacalhau?

O irmão tinto, Crasto 2007, é também um vinho agradável e gastronômico. Sua cor ainda é rubí violácea, sem halo aquoso aparente, acredito que pode ser guardado por uns dois anos, mas deve ser bebido assim jovem. De razoável complexidade e intensidade aromática, este vinho apresentou muita fruta vermelha fresca e nuances florais encantadores que se agigantaram com o tempo na taça. Na boca uma pequena aresta de álcool, porém bons taninos, corpo médio e boa acidez. Persistência moderada, bom para acompanhar carnes mais magras e grelhadas.

Aí a brincadeira ficou mais séria! Na taça um Xisto Roquette e Cazes 2005! Elegante! Pronto para o consumo, mas podendo evoluir ainda nos próximos cinco anos. É um corte de uvas portuguesas com estilo bordalês! Não é a toa... tem dois enólogos por traz de seu preparo, um português e outro francês. 18 meses de barrica francesa, 60% nova e 09 meses em garrafa antes de ser comercializado.

Cor rubí, reflexos violáceos, lágrimas finas e halo aquoso mínimo. Complexidade e intensidade aromáticas grandes! Frutas mais maduras, quase doces, especiarias, caramelo e florais a vontade, ao fim evoluiu para um café, passou pela bala toffe antes... Na boca bom corpo, equilíbrio e taninos sedutores. Os sabores frutados explodem junto com a boa acidez. Pede pratos mais elaborados com bom volume de sabor e elegância.

Bom finalmente um Douro típico, O Touriga Nacional 2006! Muita potência! 18 meses de carvalho para ele também, 90% francês, 10% do leste europeu, 100% novo. Mais escuro que o anterior este vinho ainda tingía a taça. aromas complexos e intensos de flores, frutas negras frescas, couros, defumados, caramelo e especiarias também evoluiu para um café torrado, mais forte que o primeiro.

Na boca excelente acidez, muito estruturado, dá para "mastigar" o vinho, álcool no ponto trazendo maciez para o palato e retrogosto de geléia de frutas negras. Os taninos revelaram que este vinho ainda precisa de tempo na garrafa, em enorme quantidade e um pouco duros ainda deixam uma sensação enrugada na boca. O final é enorme e prazeroso. Neste momento clama por carnes mais gordurosas afim de combater grande carga tânica. Uma boa costela de panela para ele. E não pensem que o prato não está a altura do vinho! Vocês não conhecem a costela que minha mãe faz...

Daí o mundo parou e eu fiquei olhando a terra girar. Na minha taça um Maria Teresa 2006... para alguns e prestigiados colegas o melhor vinho português. O Maria Teresa provém de vinhas velhas, não só porque elas tem 93 anos de idade, mas também porque as cepas são plantadas todas misturadas, não há separação, uma forma antiga de cultivo da uva. Estas vinhas velhas produzem cachos com média de 300g de peso, normalmente um cacho tem 02 kg... Resultado? Muita concentração de cor, o vinho é quase negro! Lágrimas finas e abundantes e halo aquoso inexistente.

Plageando o amigo que comentou o vinho, como uma bela mulher este vinho esconde suas maiores qualidades. O nariz começou tímido, fechado! Mas as frutas negras vieram, doces, acompanhadas de couro e balsâmico, muita intensidade. A presença lenta e vagarosa do herbáceo surgiu acompanhada de flores e especiarias das mais diversas, cravo, canela, pimenta e por aí vai.

Uma vez ouví um colega dizer que ele divide os vinhos entre os que o emocionam e os que não. Na boca o Maria Teresa emocionou! Tudo perfeitamente encaixado, equilibrado. Álcool na medida certa para amaciar a boca, corpo de enorme presença, acidez excepcional, amargor inexistente, aveludado, muitos taninos presentes e maduros, sedosos, por fim persistência interminável. Pode guardar este aqui por toda vida. Harmonização? Não! Um vinho para reflexão!

Chegou a vez do Porto, um Vintage 2004. Vinhaço! Mas prejudicado pelo anterior... Cor rubí preta! Aromas de geléia de frutas negras, anis, caramelo e florais. Na boca muita doçura bem sustentada pela excelente acidez. Boa presença na taça! Perfeito para acompanhar chocolate com morangos.

A degustação acabou, mas a noite foi inesquecível!

Quer conhecer os vinhos da Quinta do Crasto? É de Campinas e região? Contate a Excelência Vinhos! 19 3294-9594, a Ana terá maior prazer em atendê-lo!

Forte Abraço!

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