terça-feira, 23 de outubro de 2012

Salvaguarda cai! Bom para o Consumidor?

Aconteceu! Enfim a Salvaguarda caiu, o que sem dúvida é uma boa notícia para o bolso do enófilo apaixonado como eu e você, meu amigo (a). Mas admito que fiquei com algumas dúvidas... estou um tanto cético! 
Me perdoem os amigos e otimistas, mas eu fiquei um pouco incomodado com a notícia que todo o empresariado ligado a comercialização do vinho fez um acordo de cooperação para que fosse retirado o pedido de Salvaguarda. 
O objetivo deste acordo é dobrar a venda de vinhos finos brasileiros em 04 anos. Sairíamos de 19 milhões de litros para 40 milhões!!! É um baita esforço, hein!!!
Espero que seja um sucesso, pelo bem de todos, mas desconfio! Não me pareceu um acordo natural, digamos assim... e já dizia minha avó: "o que nasce errado, termina errado". 
Espero estar equivocado, mas se esses números não forem alcançados tenho a impressão que nós enófilos voltaremos a falar em protecionismo no mercado do vinho. Portanto prefiro aguardar mais um tempo para cravar que esta notícia é boa para o consumidor!
Segue comunicado da Ibravin na íntegra! 
Compromisso assumido entre as partes é de aumentar o consumo per capita de 1,9 para 2,5 litros até 2016. Em conjunto, todos os elos da cadeia terão como meta ampliar venda de vinhos finos brasileiros de 19 para 40 milhões de litros em quatro anos. 
Acordo de cooperação entre os produtores de vinhos brasileiros e as principais associações de importadores, formalizado na última sexta-feira (19), em Brasília, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), estabelece medidas para o crescimento do mercado de vinhos finos no Brasil bem como a ampliação do volume de produtos nacionais. O anúncio oficial foi feito nesta segunda-feira (22), em entrevista coletiva na sede da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em São Paulo. A Abras, a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), em conjunto com as entidades vitivinícolas brasileiras, estabeleceram diversas metas que serão desenvolvidas e acompanhadas por um grupo de trabalho formado por profissionais das entidades. 
O acordo prevê a cooperação entre as partes para ampliação do consumo, redução dos tributos incidentes sobre o vinho, bem como apoio para os pedidos do setor de securitização das dívidas agrícolas e redução dos estoques de produtos vitivinícolas. Mas as partes também assumem compromissos pontuais. As associações representativas dos importadores de vinhos comprometem-se a buscar a ampliação para 25% da presença de vinhos finos brasileiros nas redes dos supermercados e para 15% nos demais estabelecimentos varejistas por meio de parcerias entre importadores e vinícolas nacionais. O objetivo destas ações é buscar a comercialização de 27 milhões de litros de vinhos finos brasileiros em 2013 crescendo paulatinamente até atingir 40 milhões de litros em 2016. 
Já o Ibravin e as entidades vitivinícolas representantes dos produtores brasileiros comunicaram ao governo a retirada do pedido de Salvaguarda que estava em análise no Departamento de Defesa Comercial (DECOM/MDIC) e comprometem-se a cessar quaisquer ações que visem à criação de barreiras tarifárias e/ou não tarifárias à importação de vinhos finos e ainda a manter os investimentos em marketing, qualificação da produção e aumento da competitividade que estavam previstos no Plano de Ajustes do processo de Salvaguarda. 
Da parte do setor de supermercados, o compromisso é de trabalhar para a ampliação do espaço de exposição e promoção dos vinhos finos nacionais nas lojas. 
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, considera este acordo de cooperação “um avanço importante em prol do desenvolvimento do mercado de vinhos no Brasil, que vai possibilitar um crescimento sustentável da produção brasileira de vinhos finos”. 
Para o presidente da Abras, Sussumu Honda, quem sai ganhando com o acordo é o consumidor. “O consumidor brasileiro está cada vez mais apreciando bons vinhos, nacionais e importados. O bom sortimento de produtos nas gôndolas é essencial e esse acordo vem para dar ainda mais vitalidade a essa escolha, sem restrição. Vamos promover nossa indústria, ampliar sua competitividade, mas garantindo o melhor mix nacional e internacional de vinhos nos supermercados.”

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